CG e ME

Pessoal, lá vamos nós na discussão da margem de estabilidade novamente, dessa vez coloco aqui pra não ter que ficar repetindo e repetindo.

Tenham em mente que a maioria das plantas estão BEM feitas, elas consideram CG e decalagem um pouco além do que a maioria de nós voa confortavelmente, mas não é por isso que devemos sair alterando as incidências indicadas na planta.

 O que é SEMPRE desejavel em qualquer avião, construido, montado ou de projeto próprio, avião, planador ou hidroavião, que após montar o avião e posicionar o CG conforme indicado na planta ou por calculadora de CG, ir atrazando gradativamente o CG juntamente com a diminuição da decalagem até se obter o estilo de voo desejado, só se consegue isso quando e se o modelo está construido a partir das configurações originais indicadas na planta.
 Não tem cabimento querer acertar já na planta um ajuste que deve ser feito para o gosto de cada um, em voo e em campo, gradativamente, voo a voo, levando em consideração uma enorme quantidade de variáveis, isso é missão impossível de se colocar no projeto de qualquer aeronave por esse motivo entendam que o CG de qualquer planta ou calculado É SEMPRE CONSERVADOR, ele irá fazer qualquer um voar aquele avião "pero" invariavelmente com muito arrasto de pouco rendimento.

Depois de voar voar e voar o modelo, colocando calços em baixo da asa para ajuste da sua decalagem ideal e arruelas no berço do motor para ajuste no trhust line e movendo a bateria gradativamente, pode-se facilmente marcar e lixar o berço da asa para que esse ajuste fique permanente.

Margem de estabilidade, ou margem estática - Distancia entre o Ponto Neutro (PN) e o CG do modelo, equivale a dizer que a ME aumenta conforme movemos o CG para a frente e diminue quando o CG é atrazado.
Geralmente a ME vai diminuindo em função do aprendizado do piloto, ou seja quanto maior habilidade menos ME é utilizada no modelo. Claro que chega-se num ponto (sempre CG à frente do PN - Ponto Neutro) em que o modelo começa a ficar dificil de pilotar, ou nao se recupera de uma perturbação qualquer, isso quer dizer que a ME está no limite, e as vezes até voltamos a aumenta-la em função da condição de vento do dia etc. Em planadores estamos constantemente alterando a ME para obter o melhor rendimento sem que o modelo "deixe de voar estável" por exemplo dentro de uma térmica alta quando nao podemos ficar corrigindo profundor o tempo todo.

Importante é sempre ter em conta que o CG não é fixo, nunca foi e nunca será!
Sem saber disso, muitos "pilotos" voam a vida toda um modelo com CG muito avante/muita ME isso faz com que o modelo se comporte:

 1 - Profundor duro ou pouco comando de profundor;

 2 - Razão do modelo susceptível à velocidade ( quando rápido ou ao acelerar ele quer subir forte e poe o nariz pra cima)

 3 - Pouca razão de planeio, o modelo não rende nada ( excelente para pousos, é só tirar o motor que ele afunda hahahahah)

 4 - O modelo estabiliza rapidamente e quer voar numa só velocidade. (na verdade digo que o modelo é "prisioneiro" da velocidade)... ao cortar motor repentinamente ele cabeceia uma ou duas vezes no máximo e volta ao voo "normal"

 DICA: pra saber se o modelo está com CG muito adiantado, ponha-o de dorso, se for necessária muita correção de profundor (picando) é que o modelo está pesado de nariz.

Dicas de mais leituras a respeito:
Post do evoo
Veja também o post sobre dive test no RCGroups:  ...e uma imagem muito esclarecedora do dive test.
Mais info: http://adamone.rchomepage.com/index5.htm
Outra fonte impressindível é o DVD tunning for gliders do Paul Naton que vai além e mostra excelentes maneiras para otimizar planadores, como por exemplo voar de dorso para avaliar CG.


Em 11/03/2012: Fiz uma animação em flash para explicar um pouco melhor a relacao entre as coisas: